[Resenha] Making Changes - Lila Rose

Sinopse:
Seis anos com meu cavaleiro de armadura brilhante.
Quatro anos com meu cavaleiro de armadura amassada.
Dois anos com meu cavaleiro de armadura enferrujada.
É hora de fazer uma mudança. Tempo para me encontrar, mesmo que isso me assuste.
Eu, Makenzie Mayfair, estou deixando meu marido.
Esta é a minha chance de começar de novo e tomar coragem. 
Pode levar tempo, pode levar novos amigos, um trabalho e até mesmo um idiota de um chefe que é irritantemente bonito, mas eu chegarei lá.
Estou decidida a ser quem eu quero ser, e planejo ter um monte de diversão ao longo do caminho.


Autora: Lila Rose
Páginas: 372
Não publicado no Brasil.



Esse livro foi indicado em um grupo de leituras do face e o entusiasmo da menina falando sobre ele atiçou a minha curiosidade. E como eu estava a fim de um romance leve para variar (sou uma ávida leitora de livros de terror e suspense), embarquei nessa leitura. Ainda bem.
"- Por que uma biblioteca? Por que não um daqueles leitores digitais?
- Eu amo segurar um livro ao invés de um dispositivo. (...)
- Por que não comprar o livro, então?
- Oh, eu vou. Se eu realmente amá-lo eu comprarei para reler depois.
- Você relê um livro?
- Sim! - eu sorri. - Uma história em que sua mente se perde, onde você sente o que os personagens sentem, não é suficiente ler apenas uma vez."
A Mackenzie é uma personagem cativante, engraçada, sincera e muito fofa. Ela passou seis anos em um relacionamento emocionalmente abusivo que moldou (ou tentou) várias pequenas partes de seu jeito de ser e agir ao longo dos anos, até que ela própria mal se reconhecia como essa pessoa.
O livro se inicia com Mackenzie sentada, em uma mesa de um restaurante com o marido, para um jantar de negócios em que eles ainda aguardavam o suposto cliente chegar. Seu marido, por sua vez, começa sua ladainha incessante de como ela está péssima, gorda e malvestida. Isso a leva por uma espiral de outras lembranças do casamento, em que essas mesmas palavras era repetidas e, em outras ainda piores, eram jogadas contra ela. E os pensamentos de deixar o marido vão tomando força e se solidificando em sua mente. Quando o cliente chega... pasmem, o marido pede que ela prenda a respiração para parecer mais magra. Ela escuta alguém atrás de si disfarçando um xingamento com uma tosse e fica mortificada, mas ignora. Amabilidades são trocadas e, em determinado momento, ela deixa escapar que possui um diploma na área de administração e sobre como gostaria de voltar a trabalhar. Seu marido volta a interrompê-la, assim como ao longo de toda conversa, dizendo que ela não precisava trabalhar e que o cliente não queria saber sobre esse assunto. É um show de horrores no qual ela resolve dar um basta ao se levantar, dizendo estar doente e precisando ir embora. 
"O casamento não deveria ser assim. 
Era uma parceria, duas pessoas que resolviam seus problemas juntos. Nenhum culpando o outro ou fazendo o outro pensar que ela era a culpada por tudo o que acontecia de errado."
Na saída do restaurante, em posse das chaves do carro e da decisão de abandonar o marido e pedir o divórcio, ela é abordada por Dylan, um homem lindo, maravilhoso e... gay? O mesmo que havia xingado o seu marido no restaurante. Ela, a principio desconfiada e assustada, quer ir embora, mas Dylan a tranquiliza, revelando ser gay e dizendo que não pôde evitar de escutar a conversa dela com o marido sobre voltar a trabalhar. Ele também diz, caso ela tivesse interesse na vaga, que o irmão dele precisava de uma assistente. Mackenzie fica com o cartão, mas em dúvida sobre o que fazer a seguir.
Como estava abandonando sua casa e precisava de dinheiro, ela acaba ligando de volta para Dylan. E esse é o começo de uma série de situações em que nossa encantadora e desastrada protagonista vai se enfiar. 
Grayson é um homem frio - claro que é -, grosseiro e de temperamento ruim, e que acaba testando bastante a paciência de Mackenzie. Ela reafirma uma e outra vez a si mesma que PRECISA do emprego e que se pôde aturar o marido por anos também poderia aturar Grayson até conseguir um emprego melhor. Mas aos poucos ele vai descobrindo as vulnerabilidades de Mackenzie sobre seu ex-marido e  sobre como o relacionamento com esse homem a maltratou. A situação da funcionária o faz se lembrar do casamento dos pais e, com isso, torna-se o protetor de Mackenzie. Ele não entende essa mulher que parece vezes tão frágil e vezes tão forte, que em uma hora parece que vai se desfazer em lágrimas e em outras o responde no mesmo nível. A falta de filtro de Mackenzie acaba mostrando seu lado mais encantador e sincero e, pouco a pouco, ela vai ganhando espaço em seu coração. 
"— Tenho um sinal na testa dizendo que eu não fiz sexo em anos, por favor, flerte comigo? — Não que eu quisesse, a atenção era doce, algo que eu não tive num longo tempo. Tanto tempo que eu não sabia como levar ou agir ou realmente acreditar nisso.
De repente, Monty explodiu numa gargalhada. Ethan riu e disse:
 — Não que eu possa ver.
Grayson engasgou com a bebida, o suficiente para jorrar de sua boca sobre a mesa. Em seguida, ele estava tossindo.
- Eu falei isso em voz alta?”
Os personagens coadjuvantes são incríveis. O pai de Mackenzie me tirou o fôlego de tanto rir. Ele odiava o ex-marido da filha e a maneira como ela se deixou ser subjugada por ele, principalmente a ponto de se afastar da família e ficar sem falar ou vê-los durante anos. Ainda assim, em NENHUM momento ele a culpa, joga na cara dela seus erros e suas escolhas ou fecha a porta para ela. Ele, inclusive, se emociona quando a filha liga dizendo que havia se separado, deixando um calorzinho no coração da gente. A irmã dela é tímida, mas é fofa, No entanto, quem se sobressai e rouba as cenas é Dylan, que sempre dá um jeito de irritar o irmão.
"- Desculpe, sinto muito papai.
Ele me soltou, me puxou de volta e me deu um olhar severo. - Não se arrependa. Você vive, você aprende, e você encontra o que é bom, o que é ruim e o que fica. Sua família sempre permanecerá, não importa o que aconteça."
Eu ria alto com esse livro, coisa que não fazia desde a adolescência lendo Sophie Kinsella. E, por isso, uma coisa deve ser considerada no texto: o fato de tantos homens belíssimos se interessarem repentinamente pela nossa protagonista teria me parecido forçado se eu não tivesse muito ocupada rindo de absolutamente todo o resto. A autora soube usar o humor como ninguém. Apesar de um incidente com a irmã, próximo ao final, ter sido sim um pouco forçado e parecer ter acontecido apenas para justificar os eventos seguintes, não havia necessidade de apressar as coisas daquela forma tão drástica como justificativa. Contudo, isso não estragou o livro para mim. Ele permanece na minha lista de favoritos de comédia romântica desse ano.

9 comentários

  1. Eu adoro uma comédia romântica e não conhecia essa. Pelo fato de abordar um tema importante como um relacionamento abusivo e de forma mais leve, eu já gostei. E claro que fiquei bem curiosa para saber como vai terminar essa história da Mackenzie.

    bjs

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    1. Você vai amar e morrer de rir Fernanda! Vá saciar sua curiosidade e depois me conta se gostou hehhee

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  2. Oi Vanessa.

    Conhecendo um pouco da história através da sua opinião o livro parece ser bem interessante e divertido de ler. Viu adicionar na lista de desejados fiquei com vontade de lê-lo. Ainda mais abordando sobre relacionamento abusivo é um tema importante que vale a pena ler. Obrigada pela dica.

    Bjos

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    1. Oi, Kenia!
      De nada, o melhor é que com o alívio cômico, as horas passam voando enquanto lemos *_*
      Bjks

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  3. Eu adoro uma comédia romantica ou qualquer tipo de livro mais levinho! Eu leio muitos livros pesados e fortes, as vezes um livro pra descontrair é tudo que eu preciso sabe!!
    Adorei essa dica, eu gosto muito quando o livro aborda relação abusiva e empoderamento e toda essa jornada de uma forma mais leve, acho incrivel!
    Adorei teu post!

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    1. Bianca, vc tirou as palavras da minha boca, menina!
      Eu sou bem flexível com gêneros também e adoro temas sérios, mas com tudo que vem acontecendo às vezes a gente precisa rir um pouco. E esse livro é tão gostoso de ler. Eu não ria tanto num livro, desde os meus 16, 17 anos quando lia muito Sophie Kinsella. Esse livro foi um presente na minha vida.
      Espero que vc goste <3

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  4. Olá, tudo bem? Não sou muito de ler romances do estilo, porém fiquei hiper curiosa pois preciso de um enredo para rir até me acabar. Será que alguma editora pega? Gosto mais de ler livros físicos, admito. "Clichês" românticos tendem a ter coisas que são bem planejadas mesmo para fazer o enredo andar, dando a impressão de ter colocado de forma forçada, porém já estou acostumada. Ótima resenha e dica mais que anotada!
    Beijos

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    1. Olá, Ana! Tudo bem e você?!
      Tomara que alguma editora pegue, a gente merece ter esse livro na estante T.T
      Ele é maravilhoso e apesar de também gostar dos físicos, eu panfleto muito o kindle pela facilidade de leitura. Como eu tenho problemas de visão e uso óculos, a possibilidade de aumentar a letra, a luz interna... Hoje, confesso que apesar de ainda comprar livros físicos, eu prezo pelo ebook hhehehe
      Beijos!

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  5. Oi Amanda, tudo bem?
    Eu li essa resenha e pensei: nossa, como a autora consegue colocar um assunto tão complicado no meio de uma comédia romântica? Tá, sei que já fizeram isso algumas vezes, mas carakis, nesse caso o negócio foi BEM explícito! Pelo menos é a impressão que me dá. Já estou querendo ler e olha, acho que tantos homens bonitões se interessarem pela protagonista pode ser porque ela é uma excelente pessoa, s2.
    Um beijo de fogo e gelo da Lady Trotsky...
    http://wwww.osvampirosportenhos.com.br

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