[Resenha] Estação onze - Emily ST. John Mandel

Em um mundo pós-apocalíptico devastado por uma gripe, a Sinfonia Itinerante viaja constantemente na tentativa de levar música e Shakespeare para os sobreviventes, mas nem sempre o que eles encontram no caminho são aplausos e pedidos de bis. Quando o extinto de sobrevivência do ser humano é colocado à prova sua essência é revelada de várias formas e nem sempre o que é revelado são provas de nossa civilidade. 

Autor: Emily St. John Mandel 
Tradução: Rubens Figueiredo 
Editora: Intrínseca 
Páginas: 320 

Sinopse: Certa noite, o famoso ator Arthur Leander tem um ataque cardíaco no palco, durante a apresentação de Rei Lear. Jeevan Chaudhary, um paparazzo com treinamento em primeiros socorros, está na plateia e vai em seu auxílio. A atriz mirim Kirsten Raymonde observa horrorizada a tentativa de ressuscitação cardiopulmonar enquanto as cortinas se fecham, mas o ator já está morto. Nessa mesma noite, enquanto Jeevan volta para casa, uma terrível gripe começa a se espalhar. Os hospitais estão lotados, e pela janela do apartamento em que se refugiou com o irmão, Jeevan vê os carros bloquearem a estrada, tiros serem disparados e a vida se desintegrar. Quase vinte anos depois, Kirsten é uma atriz na Sinfonia Itinerante. Com a pequena trupe de artistas, ela viaja pelos assentamentos do mundo pós-calamidade, apresentando peças de Shakespeare e números musicais para as comunidades de sobreviventes. Abarcando décadas, a narrativa vai e volta no tempo para descrever a vida antes e depois da pandemia. Enquanto Arthur se apaixona e desapaixona, enquanto Jeevan ouve os locutores dizerem boa-noite pela última vez e enquanto Kirsten é enredada por um suposto profeta, as reviravoltas do destino conectarão todos eles. Impressionante, único e comovente, Estação Onze reflete sobre arte, fama e efemeridade, e sobre como os relacionamentos nos ajudam a superar tudo, até mesmo o fim do mundo. 


Já sei o que você está pensando: "Deborah, não é um pouco macabro você resenhar um livro com esse tema em plena Pandemia?!" Estou certa? Provavelmente é um pouco macabro fazer uma resenha sobre um livro distópico que tenha semelhança com o nosso momento atual, mas acredito que esse livro tem muito o que conversar conosco "quarenteners", como alguns gostam de se identificar no momento.
Com um cenário pós-apocalíptico muito perto de um futuro real, conhecemos três personagens que vão guiar os acontecimentos da história: Arthur LeanderJeevan Chaudhary e Kirsten Raymond. Através da vida dessas três personagens, Emily guia nossos passos e nos situa, antes, durante e depois do surto de Gripe da Geórgia. Usando três linhas temporais diferentes para nos apresentar os eventos que antecederam e sucederam a calamidade, a autora nos apresenta um futuro em que a humanidade parece, na verdade, ter "regredido". Toda a tecnologia que tínhamos alcançado e de quem dependíamos tanto deu lugar a um mundo selvagem e rústico. Com uma ideia já muito explorada na cabeça e sua paixão por Skakespeare, a autora traz uma nova roupagem para o gênero e tenta imaginar o ser humano diante de uma tragédia sem precedentes e sem motivo lógico para acontecer, levando seus personagens a se questionarem sobre o motivo de sua sobrevivência e a nós, leitores, a sentirmos o peso dela. Além disso, Emily nos aponta não só a importância das Artes e da Literatura, mas como ambas podem ser uma tábua salvadora com a responsabilidade de "humanizar" e "civilizar". 
Se você assim como eu gosta de cenários pós-apocalípticos (ou até mesmo distópico) e é nerd de carteirinha (ou quase) tem que colocar esse livro na sua lista de leitura ( que, com toda certeza, já deve estar abarrotada, assim como a minha). 
Aqui embaixo coloquei uma reportagem da própria editora falando de algumas curiosidades encontradas do livro.  

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