[Reflexão] Síndrome de Estocolmo Coletiva? - La casa de Papel x 365 D.N.I.




 Quem acompanha o blog deve ter visto que tivemos um post um tanto quanto polêmico falando sobre “365 DNI” (para ver a crítica clique aqui).
 Vi muitos comentários falando sobre Síndrome do Estocolmo e fui me aprofundar mais sobre o assunto para de fato refletir sobre.
 Lendo essa matéria, no lugar de me trazer uma reflexão sobre “365 DNI”, tive vários flash de “La casa de papel”:






 A matéria nos mostra qual foi a origem da conhecida síndrome de Estocolmo, que recebeu esse nome por ter sido consequência de um assalto a banco que aconteceu em Estocolmo, na Suécia.


 Da mesma forma que vemos no início de “La casa de papel”, os assaltante fizeram reféns. Esses refém ficaram em poder dos assaltantes por seis dias, e no decorrer desses dias, começaram a desenvolver uma certa camaradagem pelos criminosos porque eles tentavam acalmá-los dizendo que não iam fazer nada com eles.
 Na matéria, uma das refém diz que quando a polícia falou com ela por telefone dizendo que as assaltantes tinham atirado na polícia, ela os defendeu dizendo que a polícia tinha atirado primeiro e tentou convencer os polícias a deixarem eles irem embora em liberdade.
 Após uma operação da polícia para resgatar os reféns, Kristin Enmark inclusive se ressentiu pelos policiais terem invadido sem ter certeza de que os reféns estariam em segurança para serem resgatados.
 Ao ser diagnosticada com Síndrome de Estolcomo, Kristin negou. De acordo com ela, ela só queria sobreviver e escreveu inclusive um livro dizendo que essa síndrome não existe.
 Em La casa de Papel, a uma grande comoção pelos assaltantes que são conhecidos por serem pessoas que querem apenas lutar contra o sistema. A população se levanta a favor deles enquanto o que estão fazendo é assaltar um banco. A série já rendeu três temporadas, os atores se tornaram mundialmente conhecidos e não vejo uma pessoa sequer focando em dizer que assaltar bancos é errado.
 Confesso que nunca tinha parado para pensar por esse lado.


 A pergunta é, estamos todos vivendo em uma “síndrome de Estocolmo” por torcer pelos ladrões da série?
 Analisando o relato que comentei anteriormente ter acontecido na Suécia, encontrei algumas coincidências (será?) com a série e isso me fez pensar se essa não foi a inspiração criada pelos produtores para desenvolver a série.
 Uma dessas coincidências é que na série, a Mônica leva um tiro na perna de Denver para que ele salve sua vida.


 Mais à frente, quando os dois desenvolvem um relacionamento amoroso, Denver passa a se questionar se ela o ama de verdade ou se seus sentimentos são consequências da Síndrome de Estocolmo (Estocolmo torna-se até mesmo o apelido de Mônica que acaba por se tornar parte da equipe de assaltantes) e até se afasta dela.
 Na matéria, teve um episódio em que os assaltantes iam atirar na perna de um dos reféns, apenas para demonstrar para a polícia que estavam falando sério, mas prometeram não atingir nenhum ponto que causasse algum dano irreparável.
“Mas Esven, é só na perna!”
 Palavras da Kristin para outro refém.

 Muitas das vítimas que são diagnosticada com essa síndrome, negam veementemente alegando que na verdade se trata de questão de sobrevivência.
 Se você for sequestrado (a) e mantida em cárcere, sua única fonte de alimento for através do seu sequestrador, acredito que realmente possa se tornar uma questão de sobrevivência você tentar manter um bom relacionamento para NÃO morrer.
 Um caso que teve grande repercussão foi o de Natascha Kampusch, jovem que passou 10 anos nas mãos do sequestrador até que arrumou uma forma de fugir.


 Ao que parece, muitos psiquiatras alegam que Natascha desenvolveu a famosa síndrome de Estocolmo, mas ela diz que fez o que era necessário para sobreviver. Se ela estivesse feliz, será que não teria continuado com a vida junto ao sequestrador?
 Após ela comprar a casa em que foi mantida refém, os rumores ao redor da síndrome só cresceu, mas ela apenas não queria que a casa que foi o cenário dos piores anos da sua vida se tornasse um ponto turístico. Você acha que ela está errada?
 Mesmo em situações diferentes, Natascha e Kristin reforçam o pensamento de que apenas queriam sobreviver.
 Síndrome do Estocolmo é muito mais complexo do que uma simples pesquisa no Google pode mostrar.
 E aí, o que vocês acham?

4 comentários

  1. Olá Vanessa,
    Que post incrível. É necessário e temos que falar sobre isso sim.
    Sobre La casa de papel, estou sempre em conflito. Gosto da série, torço para "dar certo", mas me irrito comigo mesma por estar do lado dos bandidos. E ainda assim, o casal que não me desce de jeito nenhum é o citado exatamente pela síndrome. É feito de tal forma, não só nessa série, para apoiarmos os fatos, justificarmos, mas não são justificados.

    Beijo!
    www.amorpelaspaginas.com

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    1. Oi Ray!

      Pois é, eu fiquei pensando muito sobre isso, do tipo imagina explicar para crianças que assaltar bancos não é legal se a série é famosa? Todo mundo gosta (eu tô no clube), mas é complicado mesmo.

      Obrigada pela visita!

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  2. Muito boa a sua colocação sobre esse tema. Temos que refletir mais sobre esse assunto. Se eu estivesse no lugar dessas vítimas presa por tanto tempo, acho que também faria o mesmo. Somos humanos e sempre vamos tender a nos adaptar em qualquer situacao, ainda mais pra sobreviver.

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    1. Exatamente. Talvez essa sindrome não exista de fato, né? Acho que é mais complexo do que as pessoas querem pregar por aí.

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