E se de repente você perdesse a visão? Sem doença nem motivo aparente. Você leva uma vida normal e do nada....Não consegue mais enxergar? Mas em vez de uma cegueira normal em que você vê tudo negro, você vê tudo branco...Como se mergulhasse em um mar de leite? E se de repente você descobre que esse fenômeno não acontece só com você, mas parece ser proveniente de uma epidemia? Com essas perguntas em mente o escritor lusitano José Saramago escreve Ensaio sobre a Cegueira, um livro que mistura realismo e futuro distópico.
Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos
Sinopse: Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.
O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti. Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 312
Sabe quando você faz metas de leitura para o início do ano? Pois bem para cumprir dois pontos das minhas metas (um livro que ganhou um prêmio e um livro que está mais de um ano na minha prateleira) escolhi esse livro que não é nada mais nada menos do que um ganhador do Prêmio Nobel! E o que posso dizer? Eu simplesmente virei fã de Saramago!
Aí você me pergunta: "Mas Deborah, os livros do Saramago não são difíceis de ler?" Sim são, tenho que admitir que a principal barreira que tive que atravessar ao ler Ensaio sobre a Cegueira foi o tipo de escrita do próprio autor. Saramago tem uma forma muito única de escrever, usando pontos e vírgulas do jeito que lhe dá vontade e não necessariamente seguindo as normas da língua padrão.
Vou dar exemplos práticos: Parágrafos super extensos, diálogos sem travessão, perguntas sem ponto de interrogação... Mas depois que você se acostuma com essa escrita tão peculiar do autor você descobre a genialidade dele e de sua obra, além, é claro, de se afeiçoar aos personagens que, apesar de sem nome possuem características tão únicas, marcantes e palpáveis que te faz acreditar na existência deles.
Vou dar exemplos práticos: Parágrafos super extensos, diálogos sem travessão, perguntas sem ponto de interrogação... Mas depois que você se acostuma com essa escrita tão peculiar do autor você descobre a genialidade dele e de sua obra, além, é claro, de se afeiçoar aos personagens que, apesar de sem nome possuem características tão únicas, marcantes e palpáveis que te faz acreditar na existência deles.
Ao longo das 312 páginas do livro Saramago discute sobre a natureza humana e nos confronta com perguntas sobre o que nos torna humanos, se o que nos diferencia dos outros animais é realmente a racionalidade e coloca á prova o ditado " Em terra de cego quem tem olho é rei".
Se você está em busca de uma leitura desafiadora, pesada, triste, que vai te fazer se questionar e te dar uma sensação de inquietação esse livro está mais do que indicado!
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