Rosa acabou de voltar de Vitória, Espírito Santo, e precisa enfrentar o primeiro dia de aula na escola nova. A primeira pessoa que decide falar com ela é Leonardo, também aluno novo e com conceitos bem diferentes sobre relacionamentos. Após a primeira aproximação, um tanto gélida por parte de Rosa, ele é chamado para se sentar com os caras que jogavam bola e queriam ele no time.
Um trecho logo do início da fala de Rosa:
"Nossa, nota zero para mim. Zero, zerésimo. Eu sou uma anta mesmo. Louca para fazer amizade, para não me sentir deslocada, para me sentir alguém no mundo e mandei um “arrã” logo no primeiro contato. Péssima aluna na matéria “relacionamento com gente nova”. Em pouco tempo, com certeza, eu viraria “a antipática do arrã”. Meu apelido em toda a escola seria “Arrã”. “Olha a roupa que a Arrã veio hoje!”, “Repara só na Arrã comendo”. “Nossa! Arrã não sabe escolher perfume!”, “A letra da Arrã é medonha!”, eles diriam, às gargalhadas. Triste. Para piorar meu sofrimento, de “Arrã” eu viraria “a rã”, de “rã” pra “sapa” seria um pulo e “sapa” seria o fim. O fim! Que futuro terrível me esperava!"
O humor da história é exatamente essa briga interna de dois adolescentes tentando entender o que se passa na cabeça de um e do outro e quais são as prioridades. Jogar bola para um, ficar com as amigas para a outra e por ai vai. Isso é demonstrado pela narrativa alternada entre os dois personagens principais, Rosa e Leo. A resposta de Leo se encontra duas páginas após o episódio do "Arrã":
"Que recepção gélida! Mas não me deixei abater e continuei puxando papo com ela. Descobri que se chamava Rosa, tinha vindo do Espírito Santo e também era aluna nova. Acho que ela gostou de eu ter ido puxar assunto, mas parecia nervosa. E meio boba também."
Uma leitura bastante leve para um fim de semana, poucas páginas e assuntos corriqueiros, apesar de contar com o bullying estudantil e conflitos envolvendo a internet, questões de uma geração que prefere "ficar" a namorar e outros.
Além disso, a narrativa conta com personagens como
Rafa, um repetente que adora uma confusão, Cebola e Cia, e do outro lado Laura,
Carol e Júlia, com personalidades diferentes, mas não tão difíceis de se
encontrar dentro das escolas brasileiras.
Já contando com uma adaptação cinematográfica, (que logo teremos resenha também, para conferir se o filme conseguiu captar os melhores momentos da narrativa) Thalita Rebouças ganha reconhecimento com suas histórias voltadas ao público adolescente, sempre com uma pegada jovial e interessante, explanando as descobertas do período da "aborrecência".
Em Ela disse, ele disse, a autora, de modo bastante divertido, aproveita bem os pensamentos confusos dos dois para dar muita base para conflitos sentimentais, conflitos de gerações e o nascimento de uma "curiosidade" entre os protagonistas. Será que virou paixão? Vamos conferir essa história que deu o que falar na escola Dinâmica, na Cidade Maravilhosa.
Que resenha mais perfeita, Deyse!
ResponderExcluirThalita é sempre um destaque aqui no Brasil para suas histórias, o humor divertido que sempre acompanha suas obras sempre ganha meu coração. Espero ler esse livro em breve, eu não fazia ideia do que se tratava, mas agora fiquei empolgada para ler, até mesmo porque são pouquíssimas páginas.
Jardim de Palavras
Caramba.. obrigada haha <3. Vale muito a pena a leitura por ser extremamente rápida e gostosa!
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