[Resenha] Filme - Adú (2020)

 Sinopse:

"No extremo norte da África, próximo à Espanha, uma criança faz uma jornada sofrida, um pai reencontra  a filha e um policial é atormentado pela culpa"

Elenco: Luis Tosar, Anna Castillo, Álvaro Cervantes

Direção: Salvador Calvo.

Duração: 1h e 59m


O filme chegou em 2020 à Netflix e fez um reboliço. Impedido de chegar ao cinemas devido a pandemia da Covid-19, foi na plataforma digital que ganhou espaço. Composto por vários personagens em um enredo avassalador, podemos focar em três núcleos, que são os principais da trama e estão completamente interligados.

O filme inicia já de forma angustiante. Trazendo à lembrança a "Crise dos Refugiados", no qual teve seu ápice em 2015, com cerca de 1 milhão de refugiados chegando à Europa e 2016 contou com 400 mil, avançando nos anos seguintes, observa-se o quanto essa crise humanitária é recente e fatalmente complexa. Desse modo, os primeiros minutos do longa trata de refugiados tentando avançar um muro com uma cerca de arame encorpado, enquanto policiais tentam impedir que os mesmos avancem e, consequentemente, se machuquem. (Não vou falar muito dessa parte, por que virei o rosto para não ver, já que isso me angustiou demais)

Em meio à esse embate, um dos imigrantes que lutavam para atravessar é morto pelos policiais. Câmeras são responsáveis por pegar partes do ocorrido e um dos pontos da trama tem início: levado aos tribunais, como será julgado esse acontecimento?

A grande crise ao se tratar desse ponto da narrativa é impunidade velada, por se tratarem de policiais brancos tentando refrear uma onda que afetou a Europa de modo exorbitante. 

Contudo, ainda não estamos nem começando a tratar do crucial. Numa vila do país de Camarões, na África, tem mais emoção pela frente. Local onde há muitos elefantes, um grupo de caçadores mata um deles, na busca pelo precioso marfim. Gonzalo é um europeu que atua com uma ONG no país, lidando diretamente com a questão dos elefantes. Do mesmo modo como tenta lidar com a luta pela preservação dos elefantes, precisa redescobrir a forma como ser pai de um garota maior de idade que tem problemas com drogas e rebeldia.

E, por fim, mas não menos importante ( aquele que dá nome à história), Adú entra no enredo ao presenciar, junto com a sua irmã Alika, a morte do elefante tratado anteriormente. Com a bicicleta reconhecida pelos caçadores, precisam fugir de sua vila, deixar o país e partir em busca de uma jornada para a Europa, onde acreditam que poderiam encontrar-se com o pai. Porém, o menino vai ter que aprender sozinho como as coisas funcionam para sobreviver e chegar à um país que não os quer.


2 comentários

  1. Que ótima resenha, Deyse! Despertou muito o meu interesse em assistir ao filme. Histórias com temas fortes assim sempre me atraem muito.
    Obrigada por compartilhar suas impressões.😘

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    1. Obrigada, Lu! Esse realmente vale a pena. Dá uma conferida lá <3

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