[Resenha] Deuses Caídos - Gabriel Tennyson


Outubro é conhecido como o “mês do terror” e para comemorar esse mês nada melhor do que um livro nacional que mistura terror, investigação policial, deuses e monstros. Em Deuses caídos, Gabriel Tennyson nos leva em uma investigação sombria e grotesca, percorrendo os cantos escuros do Rio de Janeiro, onde as sombras têm olhos e garras, e de onde o leitor desavisado pode nunca escapar.


Sinopse: Um serial killer com poderes paranormais está assassinando evangelistas famosos — e os vídeos de cada um deles sendo torturados ganham cada vez mais público na internet. O assassino se proclama o novo messias, e os pecadores devem temer sua justiça. O que a Sociedade de São Tomé teme, no entanto, é que ele acabe com o trabalho de séculos de manter o sobrenatural bem afastado da consciência da população, embora seres mágicos povoem o submundo da cidade.
Para garantir que o assassino seja capturado e o máximo de discrição mantida, a Sociedade convoca Judas Cipriano — um padre indisciplinado, descendente de são Cipriano e herdeiro de alguns poderes celestiais. Veterano nesse tipo de caso, o padre é enviado para trabalhar como consultor da Polícia Civil e fica responsável por apresentar à jovem inspetora Júlia Abdemi o lado místico da cidade.
Para resolver o caso — e sobreviver —, os dois precisarão de toda ajuda que puderem encontrar... O que inclui se unir a uma súcubo imortal, um dragão chinês traficante de armas mágicas e um gárgula que é a síntese da sociedade carioca.
Com protagonistas cativantes, um vilão extraordinário e criaturas sobrenaturais reinventadas de maneiras sombrias, Deuses caídos une o melhor do thriller e da fantasia urbana em uma investigação vertiginosa com um final épico.

Autor: Gabriel Tennyson
Editora: Suma 
Páginas: 288



          Usando uma narrativa única, com linguajar que nos faz sentir conversando com um amigo Gabriel Tennyson nos apresenta um “submundo” desconhecidos dos humanos comuns em que uma organização católica chamada Sociedade de São Tomé nos protege de criaturas que conhecemos, mas que acreditamos fazer apenas parte do imaginário cultural da humanidade, são anões, fadas dos dentes, sacis, anjos, demônios, santos, orixás e muitos outros. Como guia nesse mundo conhecemos Judas Cipriano um padre exorcista degenerado com gostos nada convencionais para a igreja católica e que é descendente do São Cipriano. Devido ao seu comportamento nada convencional a Sociedade de São Tomé recorre a Cipriano para lidar com um novo caso em que a malandragem e é o jogo de cintura são mais do que bem vindos. Cipriano é o típico anti herói que conquista o leitor com o seu jeito malandro e falta de juízo, além disso, Gabriel consegue nos inserir nos ambientes que cria e nos apresentar aos seus personagens de uma forma incrível. Ele nos coloca tão dentro da narrativa que conseguimos imaginar tudo o que é descrito (talvez o fato de eu ser carioca e Gabriel usar como cenário locais tão populares do dia-a-dia do carioca tenha ajudado).

            

          Agora, se você é evangélico/a (como eu) ou católico/a e resolver ler esse livro mantenha a mente e não veja nada do que acontece ao longo do livro como uma afronta à nossa religião. Ao longo de todo o livro Gabriel Tennyson toma liberdades e cria novas roupagens para personagens e acontecimentos bíblicos e figuras religiosas, sendo assim, leia desprovido/a de preconceito e até mesmo de conhecimentos da bíblia e dos fatos que o autor narra.

  Então, sem razão aparente, ele mordeu o pulso com uma dentada vigorosa. O sangue de Santana escorreu pela ferida, mas isso não o impediu de dar uma segunda e depois uma terceira mordida. Nauseado, Cipriano o viu mastigar a carne até chegar às veias.”


Para terminar dá uma lida no que o autor falou sobre a criação da própria obra:"Eu tentei produzir o tipo de história que eu gostaria de ler numa obra do gênero. Ela toca em temas polêmicos sem fazer rodeios. Só quero que o público se divirta com as maluquices da minha cabeça, tanto quanto eu me diverti escrevendo. Se eu tivesse que definir o livro em uma frase, diria que é uma espécie de Hellboy tão violento quanto os filmes de Hannibal Lecter.” Depois dessa só posso dizer que esse livro está mais do que recomendado para os fãs de Neil Gaiman, HQs como Constantine e Priest, histórias de investigação policial, da série Lúcifer e anti heróis.

Classificação

2 comentários

  1. Gente que história doida! Eu gosto de coisas de investigação e acho que esse livro me prenderia por isso! Gosto também quando trata de assuntos polêmicos, mas não sei se ia gostar dessa abordagem. Adorei a ideia de indicar um livro mais sombrio por causa do mês! Arrasouuu!
    Beijinhoss, Marina
    Posso te esperar no meu? =) Blog Cabide Ideal

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  2. Oi Marina!
    Dá uma chance! O livro é meio doido, mas a escrita do Gabriel Tennyson é tão incrível que te faz acreditar em cada palavrinha!
    Claro que pode me esperar no seu Blog!
    Obrigada pelo comentário!

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