[Resenha] Amaldiçoado - Joe Hill

Para fechar o mês de outubro com chave de ouro vamos de Amaldiçoado de Joe Hill, o filho do “rei do terror” Stephen King!

Sinopse: Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e, muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida. Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro. Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas.
Além disso, descobre algo assustador: ao vê-lo, as pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso, entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis.
Um médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a verdade. Até agora. Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim.

Autor: Joe Hill
Editora: Editora Arqueiro
Páginas: 320


Ig tem a vida perfeita, a menina dos sonhos, uma família unida, bons amigos...Até que tudo isso some. A sua cara metade é estuprada e morta e pra melhorar ele é o principal suspeito, e pra sociedade, e até mesmo para a família,  o único culpado da morte do seu grande amor. Acha que não dá pra piorar?! E se eu dissesse que depois de uma bebedeira descomunal, além de uma ressaca terrível Iggy ganhasse um par de chifres bem estranhos?! Está começando a se solidarizar com o Iggy? Bem, pois esse é só o começo.


Com uma narrativa em terceira pessoa misturada com pensamentos do personagem principal, acompanhamos a saga de Ig pelas fases do luto e a tentativa desesperada de descobrir o verdadeiro culpado pela morte da mulher que amava.

Através de alegorias Joe Hill apresenta o leitor que a mente do outro é terreno desconhecido e conseguir ter acesso à esse pensamentos é uma maldição. Além disso, ele trata sobre a demonização que a mídia faz com suspeitos de crimes antes mesmo de eles serem julgados, como esse pré-julgamento pode estragar a vida de inocentes. Por fim o autor também trata sobre as dores e fases do luto e como a morte de uma pessoa amada pode desestabilizar totalmente uma pessoa. Joe Hill mostrou uma incrível habilidade de analisar e descrever de forma verossímil a beleza e podridão da humanidade

“Há muito tempo Satanás é conhecido como o Adversário, mas Deus teme a mulher muito mais do que o Diabo, e Ele está certo. Ela, com seu poder de trazer vidas ao mundo, é quem foi realmente feita a imagem e semelhança do Criador, e não o homem, e Ela, de todas as formas possíveis, provou ser muito mais merecedora da adoração dos homens do que Cristo, aquele fanático com a barba por fazer, desejando o fim do mundo. Deus salva, mas não aqui nem agora. Sua salvação é um consórcio. Como todo vigarista, Ele pede que você pague agora e acredite que irá receber depois. Enquanto as mulheres oferecem outra forma de salvação, mais imediata e satisfatória. Elas não protelam seu amor para uma eternidade distante e vaga, mas o oferecem aqui e agora, frequentemente para aqueles que menos o merecem. Foi assim no meu caso. É assim com muitos. Desde o início, o Diabo e as mulheres se uniram contra Deus, desde quando Satanás, na forma de uma serpente, se aproximou do primeiro homem e sussurrou no ouvido de Adão que a verdadeira felicidade não estava nas preces, mas sim na boceta de Eva.”

Gostei muito de embarcar nessa jornada quase policial com Ig tendo acesso à vários momentos do passado dele e de Merrin, percorrendo várias fases do crescimento dos dois e do amadurecimento do seu relacionamento. A escrita de Joe Hill é incrívelmente envolvente e descritiva, porém peca no final, ao longo da história ele vai criando uma expectativa no leitor, porém na hora da conclusão me senti decepcionada... Apesar de tudo a jornada vale à pena!

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