[Resenha] Um de nós é o próximo - Karen M. McManus

 

     Vários aplicativos de fofoca surgiram depois que Simon Kelleher morreu. Mas desde que os quatro estudantes de Bayview foram inocentados de sua morte, nada foi capaz de preencher o vazio de fofocas como ele conseguia. O problema é: ninguém mais tem os fatos. Até agora.

Desta vez, não é um aplicativo: é um jogo.

E quando o jogo de Verdade ou Consequência se torna mortal, qual lado você escolhe? Escolha consequência e receba um desafio para cumprir em vinte e quatro horas. Escolha verdade e… Bem, é melhor você ficar com a consequência.

        Phoebe Lawton é o primeiro alvo. Caso escolha não jogar, uma verdade sobre a sua vida será revelada… E a dela é infame. Então, é a vez de Maeve Rojas, e parece que ela não aprendeu nada com os erros da primeira jogadora.

        Quando chega a vez de Knox, as coisas se tornam perigosas. Agora, os desafios se tornaram arriscados demais, e se tem algo que Maeve aprendeu com a irmã no ano passado é que eles não podem contar com a polícia. No entanto, eles precisam descobrir, e logo, quem está por trás do jogo, antes que seja tarde demais. Simon pode ter partido, mas há alguém determinado a manter vivo seu legado no Colégio Bayview. E, agora, com novas regras a serem aprendidas o mais rápido possível.


Autor: Karen M. Mc Manus.
Páginas: 400.
Editora: Galera.

        A sequência alucinante de "Um de nós está mentindo" promete reavivar o legado deixado por Simon Kelleher. Com a inserção de novos personagens à trama e a permanência de outros dos quais nos habituamos no primeiro livro, a narrativa tem muita similaridade com o primeiro enredo, trazendo novamente as narrativas alternadas e o uso da primeira pessoa para contar as histórias pessoais de cada um. Um enredo melhor desenvolvido, ao meu ver, mas que ainda não surpreende tanto no quesito clímax/suspense.

       O livro centraliza novamente os alunos da escola Bayview, os quais têm uma leve quedinha pelo mundo da fofoca e do bullying. Tudo se inicia quando um personagem anônimo desenvolve um jogo de verdade ou consequência por meio de um grupo de mensagens e todos da escola são "convidados" (na verdade eles aceitaram participar do grupo de bom grado) a jogar. Quando a primeira pessoa é escolhida e Phoebe entra em foco, um segredo envolvendo ela e  sua irmã é revelado.

        Então, quando o segundo aluno é contatado e Seon, um belo babaca, diga-se de passagem, se torna herói devido à sua consequência, os alunos posteriores decidem que a consequência sempre será melhor. Além disso, a narrativa perpassa a vida de Phoebe e a morte do pai, Knox e o seu relacionamento complicado com seus pais e Maeve, que retorna ainda extremamente sagaz e novamente em busca de descobrir em si forças para vencer de uma vez o câncer e um desconhecido que aterroriza Bayview com seu jogo de mensagens e a sua presença anônima.

    Expressamente, é muito bom que se tenha conhecimento da história do primeiro livro, apesar de que não é impossível compreender tudo sem ter como base o livro anterior. Estou tentando compreender o por quê do enredo ter me impactado de forma mais positiva que o anterior e como ainda não me decidi, vou elencar algumas características que podem ser bem informativas:

  •  Os personagens deixam de ser aparentemente clichês, então a autora não precisa mais ficar construindo argumentos para torná-los heróis;
  •   É melhor desenvolvido aquilo que está ao redor, sem foco total no suspense, já que o argumento central de crime só é apresentado do meio para o fim;
  •  Acredito que os personagens me cativaram mais. Esse argumento que eu me baseio está em desequilíbrio em meu íntimo, já que eu tinha certa afinidade com o "Quarteto de Bayview", que são os quatro personagens do primeiro livro que eram os suspeitos centrais da morte de Simon. O único que eu achei raso demais foi Cooper. Contudo, sinto que a minha afinidade é maior com Knox, Maeve e Phoebe, talvez por eles não serem perfeitos em algo, como eram os anteriores.

      McManus apresenta um teor próprio de desenvolver a sua trama. O uso da primeira pessoa para elencar os fatos tem se demonstrado que as surpresas são menores do que as esperadas, já que os personagens são sinceros e confiáveis em suas descrições. Dificilmente há o uso de meias verdades, trazendo menor tensão para a construção do todo. A leitura é fácil e envolvente, rápida e interessante e pode apostar que um fim de semana com esse livro não será monótono!

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