Desta vez, não é um aplicativo: é um jogo.
E quando o jogo de Verdade ou Consequência se torna mortal, qual lado você escolhe? Escolha consequência e receba um desafio para cumprir em vinte e quatro horas. Escolha verdade e… Bem, é melhor você ficar com a consequência.
Phoebe Lawton é o primeiro alvo. Caso escolha não jogar, uma verdade sobre a sua vida será revelada… E a dela é infame. Então, é a vez de Maeve Rojas, e parece que ela não aprendeu nada com os erros da primeira jogadora.
Quando chega a vez de Knox, as coisas se tornam perigosas. Agora, os desafios se tornaram arriscados demais, e se tem algo que Maeve aprendeu com a irmã no ano passado é que eles não podem contar com a polícia. No entanto, eles precisam descobrir, e logo, quem está por trás do jogo, antes que seja tarde demais. Simon pode ter partido, mas há alguém determinado a manter vivo seu legado no Colégio Bayview. E, agora, com novas regras a serem aprendidas o mais rápido possível.
A sequência alucinante de "Um de nós está mentindo" promete reavivar o legado deixado por Simon Kelleher. Com a inserção de novos personagens à trama e a permanência de outros dos quais nos habituamos no primeiro livro, a narrativa tem muita similaridade com o primeiro enredo, trazendo novamente as narrativas alternadas e o uso da primeira pessoa para contar as histórias pessoais de cada um. Um enredo melhor desenvolvido, ao meu ver, mas que ainda não surpreende tanto no quesito clímax/suspense.
O livro centraliza novamente os alunos da escola Bayview, os quais têm uma leve quedinha pelo mundo da fofoca e do bullying. Tudo se inicia quando um personagem anônimo desenvolve um jogo de verdade ou consequência por meio de um grupo de mensagens e todos da escola são "convidados" (na verdade eles aceitaram participar do grupo de bom grado) a jogar. Quando a primeira pessoa é escolhida e Phoebe entra em foco, um segredo envolvendo ela e sua irmã é revelado.
Então, quando o segundo aluno é contatado e Seon, um belo babaca, diga-se de passagem, se torna herói devido à sua consequência, os alunos posteriores decidem que a consequência sempre será melhor. Além disso, a narrativa perpassa a vida de Phoebe e a morte do pai, Knox e o seu relacionamento complicado com seus pais e Maeve, que retorna ainda extremamente sagaz e novamente em busca de descobrir em si forças para vencer de uma vez o câncer e um desconhecido que aterroriza Bayview com seu jogo de mensagens e a sua presença anônima.
Expressamente, é muito bom que se tenha conhecimento da história do primeiro livro, apesar de que não é impossível compreender tudo sem ter como base o livro anterior. Estou tentando compreender o por quê do enredo ter me impactado de forma mais positiva que o anterior e como ainda não me decidi, vou elencar algumas características que podem ser bem informativas:
- Os personagens deixam de ser aparentemente clichês, então a autora não precisa mais ficar construindo argumentos para torná-los heróis;
- É melhor desenvolvido aquilo que está ao redor, sem foco total no suspense, já que o argumento central de crime só é apresentado do meio para o fim;
- Acredito que os personagens me cativaram mais. Esse argumento que eu me baseio está em desequilíbrio em meu íntimo, já que eu tinha certa afinidade com o "Quarteto de Bayview", que são os quatro personagens do primeiro livro que eram os suspeitos centrais da morte de Simon. O único que eu achei raso demais foi Cooper. Contudo, sinto que a minha afinidade é maior com Knox, Maeve e Phoebe, talvez por eles não serem perfeitos em algo, como eram os anteriores.
McManus apresenta um teor próprio de desenvolver a sua trama. O uso da primeira pessoa para elencar os fatos tem se demonstrado que as surpresas são menores do que as esperadas, já que os personagens são sinceros e confiáveis em suas descrições. Dificilmente há o uso de meias verdades, trazendo menor tensão para a construção do todo. A leitura é fácil e envolvente, rápida e interessante e pode apostar que um fim de semana com esse livro não será monótono!
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