[Resenha] - A mulher na janela - A. J. Finn

     A mulher na janela é, definitivamente, diferente de tudo o que eu tinha visto.



Sinopse: "Anna Fox mora sozinha em uma casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo vinho, assistindo filmes antigos e conversando com estranhos na internet. Quando uma nova família se muda para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela vida perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando com sua câmera, ela vê algo que muda tudo."





Autor: A. J. Finn.
Páginas: 352.
Editora: Arqueiro.

        Anna está isolada do mundo. Com uma fobia intensa que a impede de sair de casa, seu mundo se resume à sua casa, com vários andares e um porão, e à casa dos seus vizinhos, do qual ela se permite perscrutar pelas janelas de sua própria casa. Através da lente de uma câmera, ela consegue aproximar o foco e se deleitar com detalhes como saber o livro escolhido do mês pelo clube de leitura da vizinha. Mas não foram apenas detalhes singelos que ela captou, ela viu muito mais.

         Os primeiro capítulos são focados nas vivências de Anna e a forma como ela se envolve com as pessoas. Sua incapacidade de sair faz com que ela tenha um inquilino que mora no porão e auxilia com coisas como levar o lixo para a rua, que o psiquiatra e uma fisioterapeuta tenha que fazer sessões em sua casa e que pequenas coisas no mundo lá fora chame sua atenção, como ocorre quando uma família de pai, mãe e filho se mudam para a casa ao lado do parque, na sua linha direta de visão.

      Ela desenvolve laços com esses personagens quando eles passam a frequentar a casa dela com visitas, então há o enlace e várias outras personalidades que são construídas dentro da casa da Anna, já que para ela é impossível sair de casa sem um ataque de pânico.

      Pode aparentar ser monótono, mas não há nada de monótono nas narrativas de Anna. Carregado de conceitos da psicologia, já que ela sofre de Agorafobia (que é o medo mórbido de se achar sozinho em grandes espaços abertos ou de atravessar lugares públicos) e também é formada em psicologia, então transcorrer os dias enclausurados com ela é bastante interessante. Torne-se ainda mais se você tem formação nessa área ou, principalmente, se pretende atuar como psicólogo. 

        Então, num final de tarde, ela vê pela janela algo que jamais imaginou ver: um assassinato. Contudo, o desequilíbrio gerado pela intensa ingestão de remédios, ingestão compulsiva de álcool e  o fato de viver enclausurada faz com que ela questione os fatos. "Não é paranoia se está realmente acontecendo", sugere a nossa capa do livro. Mas qual são os fatos concretos? Até onde ela diz a verdade e o que ela sabe é verdade?



        Sou suspeita para falar, gosto bastante de livros desse gênero, carregados de suspense e mistério, mas a narrativa flui de modo bem satisfatório, com um final bem comum à esse tipo de narrativa, cheio de ação e tensão em um confronto de congelar o sangue. A reviravolta me surpreendeu, mas como eu sou meio cabeça oca, bem generalista também, a falta de enfoque nos detalhes faz com que eu sempre me surpreenda. Mas o que se sugere ao fim é bem difícil de se imaginar... 

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