Sinopse: Este é o último livro do filósofo
francês André Gorz, escrito para homenagear sua mulher, Dorine, com quem
partilhou a vida por quase sessenta anos. O casal cometeu suicídio em 22 de
setembro de 2007; os corpos foram encontrados um ao lado do outro, e um cartaz,
na porta de sua casa, pedindo que a polícia fosse avisada. Gorz era um crítico
radical da mercantilização das relações sociais, contrário à crença no trabalho
assalariado, além de ser autor de vários livros sobre ecologia. Desde o início
da década de 90 vivia em retiro com a mulher, que sofria, havia anos, de uma
doença degenerativa. Os dois viveram uma grande história de amor e
companheirismo, após terem se conhecido em Lausanne em 1947. Desde então, nunca
mais se separaram.
Autor: Andre Gorz
Páginas: 104
Eu ainda não tinha lido nada de André
Gorz, acredito que a experiência desse livro se modifique se você já leu outras
obras do autor anteriormente já que logo no início da Carta, ele se desculpa
por ter retratado Dorine de maneira diferente em seu outro livro. Na outra
história ele deixou parecer que a esposa era frágil e sem encantos.
E no livro atual ele quer se retratar
e mostrar a amada como ela verdadeiramente era, inclusive, ele não entende
porque a demonstrou daquela forma. A história inteira é um relato muito
íntimo, Gorz se entrega a escrita, é possível sentir o seu amor a cada passada
de página. Ele escreve sem amarras, nu, verdadeiro e exposto.
Na narrativa o autor mostra a
dificuldade que eles tiveram em conviver com a doença degenerativa de Dorine. Confesso
que achei que ela seria abordada ao longo de todo livro, mas isso não acontece.
Ele conta toda a história deles como
um casal, desde primeiro momento que se conheceram e todo o apoio que sua
esposa deu em toda a sua vida.
Você está para fazer 82 anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que 45 quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz 58 anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca.
O livro é bem curtinho, então você
consegue concluir a leitura dele em poucas horas, assim como eu. É uma história
apaixonante e triste ao mesmo tempo já que anos após o término do livro o casal
se suicidou no mesmo dia, em uma prova de total desprendimento da vida pelo
amor.
Não poderia terminar essa resenha sem
falar da ma-ra-vi-lho-sa edição da Companhia das Letras com uma jacket rosa e papel polén que nós
amamos, um belo capricho com esta bela história.
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