"Primeiro lugar na lista de mais vendidos do The New York Times. “Uma história emocionante que sai da mesmice e explora as esperanças, os sonhos e os riscos inerentes ao amor em todas as suas formas.” – Kirkus Reviews Tudo envolve riscos. Não fazer nada também é arriscado. A decisão é sua. “A doença que eu tenho é rara e famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Não saio de casa. Não saí uma vez sequer em 17 anos. As únicas pessoas que eu vejo são minha mãe e minha enfermeira, Carla. Então, um dia, um caminhão de mudança para na frente da casa ao lado. Eu olho pela janela e o vejo. Ele é alto, magro e está todo de preto: blusa, calça jeans, tênis e um gorro que cobre o cabelo. Ele percebe que eu estou olhando e me encara. Seu nome é Olly. Talvez não seja possível prever tudo, mas algumas coisas, sim. Por exemplo, vou me apaixonar por Olly. Isso é certo. E é quase certo que isso vai provocar uma catástrofe.”
1 - PARTE - RESENHA
Essa história tem muito pontos interessantes a se considerar, então decidi dividir a resenha em duas partes para poder falar melhor da história com quem já leu.
Como percebi que muita gente gostou muito da história, como eu também gostei, achei necessária essa divisão. A primeira parte para quem tem interesse em conhecer essa narrativa, assim não poderia conter spoiler algum, e a parte de quem já leu, para a gente conseguir desafogar algumas questões.
Se trata de uma história extremamente poética sobre a vida. Surgindo com um tema que dá amplitude ao teor multifacetado da vida, a representatividade de Maddy não está somente na sua imunodeficiência, mas também na sua pele negra, demonstrando com naturalidade essa presença cada vez mais comum no livros e nas telas.
Como passou a vida toda dentro de casa, sem memória alguma de como é o lado de fora, ela precisa aprender a lidar com o seu tempo de forma diferente das outra pessoas: estudando virtualmente, lendo livros, tendo momentos de jogos com a sua mãe e as conversas com a sua enfermeira Carla. O livro é claro: se ela decidir sair, poderá morrer, já que o seu corpo não reage de forma correta à exposição à poluição, vírus e germes e alimentos muito diferentes. Sua vida é regida no limite por sua mãe, que faz de tudo para que o contato com esses agentes perigosos para a vida da filha se mantenham longe.
Então, quando há a mudança de um garoto chamado Olly para a casa vizinha, a forma como Maddy vê o mundo precisava permanecer inalterada, para que a sua vida seja preservada. Mas as coisas desandam quando ela se apaixona pelo garoto de vestes pretas e uma vida familiar conturbada.
Olly é um espetáculo a parte, com um senso de humor teatral, principalmente nas cenas iniciais que ele brinca com um bolo duro como uma pedra na janela de seu quarto e encena um velório. Maddy se interessa por essa guinada em seus dias e decide se comunicar com Olly por meio de mensagens.
Essas mensagens se alongam para encontros e logo Maddy percebe que talvez não consiga conter o seu desejo de viver um grande amor. A parte poética do livro relaciona a vida com as reviravoltas que essa nos propõe, as razões pela qual fazemos aquilo que fazemos e como um sentimento como o amor pode nos guiar diante das situações mais difíceis.
A história se mantém no núcleo central Maddy e Olly, com a presença marcante da mãe de Maddy e a sua enfermeira Carla. Há os personagens um pouco mais distantes, como o pai de Olly, um alcoólatra violento, a mãe, uma dona de casa que sofre com o marido, e a filha, que fuma e é só. Os familiares de Olly são pouco desenvolvidos, deixando margem para pensar que a autora poderia trazer modos de preencher as páginas que ela decide por duas a três frases apenas (minha primeira alfinetada à autora hahah).
A falta de desenvolvimento das demais relações fora do núcleo Maddy e Olly acabam por não justificar, ao meu ver, os acontecimentos mais marcantes. Leitura fluída, envolvente até certo ponto, mas que me fez questionar algumas questões sobre responsabilidade e sobre "felicidade a todo custo?". Eu nem sei dizer. Se te deixou no mínimo muito curioso, corre para ver essa história e venha nos contar!!
2 - PARTE - RESENHA COM SPOILERS - Para quem já leu!
É PARA QUEM JÁ LEU, SUA CURIOSA!
OK, MAS NÃO DIGA QUE EU NÃO AVISEI HAHAH
Eu decidi que se eu for questionar cada ponto da narrativa em que eu fiquei de queixo caído, seria um outro longo livro, então escolhi apenas dois pontos para argumentar e quero ver fogo no parquinho com você que leu (me mate nos comentários).
Eu vi várias pessoas falando que amaram a história (É sobre isso e tá tudo bem), mas eu não consegui entender o por que que relevaram o fato 1: Por que Carla é vista como uma mocinha, sendo que a irresponsabilidade dela e da Maddy quase matou a protagonista? Você assiste dando força à uma pessoa que tem uma doença para que ela fique longe do seu tratamento? Não tinha outras formas de fazer com que Maddy se relacionasse com Olly sem que eles darem a entender com que Maddy queria era mesmo um suicídio? Tudo bem que ao fim a autora decide mudar os rumos de Maddy, mas devemos considerar que antes disso para a Maddy sair era morte certa.
Acredito que a minha visão sobre esse livro se alterou principalmente por que, no início da minha leitura, o Insta decidiu me indicar um vídeo sobre uma pessoa com a imunodeficiência que a Maddy tinha ( Esse app nos espiona, certeza), mostrando como um garoto que vivia em uma bolha morreu antes dos 15 anos, com depressão e uma vida dificílima. Fiquei incomodada, a partir disso, com o modo que a autora decidiu tratar a questão
Fato 2: Um final feliz a todo custo? Eu até achei interessante a guinada que a história dá, mas eu achei o desenvolvimento péssimo das partes centrais. O livro tem 300 páginas, mas contaria como umas 100 facilmente. Talvez traria maior verosimilhança trazer a luz mais do que acontece com a mãe de Maddy, mas eu queria mesmo é que todo o restante tivesse sido melhor desenvolvido para tentar engolir esse final.
Busquei, me sentindo sozinha, em meio à dezenas de elogios ao desfecho e à todos os detalhes, alguém que tivesse um opinião adversa. Essas pessoas com opiniões cotrovérsias também estavam loucas de raiva como eu. Me falem vocês, com sinceridade, se se sentiu incomodada em algum ponto da narrativa? Dêem um alerta de spoiler para evitar problemas e soltem o verbo!
Você que amou, seja acolhida, por que no fim as histórias boas são as que nos marcam e trazem muito rebuliço, como foi comigo.
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