[Resenha] O Cemitério- Stephen King


E para abrir o mês de outubro nada melhor do que trazer o mestre moderno do terror, Stephen King em uma das suas obras mais incríveis e assustadoras. Em O Cemitério King visita um dos medos primordiais da humanidade, o medo da morte. Na resenha de hoje vou falar do livro e também do filme baseado nessa obra que foi lançado na primeira metade de 2019.
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Páginas: 424
Tradução: Mário Molina
Sinopse: Louis Creed, um jovem médico de Chicago, acredita que encontrou seu lugar naquela pequena cidade do Maine. A boa casa, o trabalho na universidade, a felicidade da esposa e dos filhos lhe trazem a certeza de que fez a melhor escolha. Num dos primeiros passeios familiares para explorar a região, conhecem um "simitério" no bosque próximo a sua casa. Ali, gerações e gerações de crianças enterraram seus animais de estimação. Para além dos pequenos túmulos, onde letras infantis registram seu primeiro contato com a morte, há, no entanto, um outro cemitério. Uma terra maligna que atrai pessoas com promessas sedutoras e onde forças estranhas são capazes de tornar real o que sempre pareceu impossível.


Vou começar dizendo que até alguns anos atrás eu tinha os dois “pés atrás” (porque um só não era o suficiente) quando alguém me recomendava ler algum livro do King, mesmo quando descobri que parte da minha minha infância e adolescência foram permeadas por adaptações de contos e livros do mestre. Eu, como a maioria das pessoas, acreditava que Stephen King apenas escrevia estórias de terror macabras, porém quando comecei a pesquisar sobre ele vi que um dos meus filmes da Sessão da Tarde favorito “Conta Comigo” era baseado em um conto do autor e, também, o filme que me fez refletir sobre verdades ligadas a estereótipos e a humanização de pessoas à margem da lei e da sociedade

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Foi só então que eu resolvi dar uma chance para os livros do autor. Preciso confessar que minhas primeiras tentativas de leitura foram fracassadas e que eu não consegui sair da página 30 de Carie- A Estranhas, mas como uma boa brasileira (que não desiste nunca) resolvi tentar mais uma vez e qual não foi a minha surpresa quando me deparei com o livro que vou resenhar hoje para vocês! Depois de ler a sinopse e assistir à uma vídeo-resenha resolvi tentar mais uma vez e, diferente de Carie, que eu não consegui chegar nem perto da metade, O Cemitério foi o livro que me prendeu e que eu só consegui soltar ao fim da leitura. Depois de uma maratona de 3 dias de leitura terminei a leitura desse “calhamacinho” com uma mistura de sentimentos ...um gosto agridoce na boca e me questionando sobre o que eu faria se estivesse no lugar de Louis.


Resultado de imagem para cemitério stephen kingVamos deixar de enrolar e falar sobre a estória não é mesmo? Acho que para começar é importante dizer que a estória desse livro veio da vivência do próprio autor com a morte. Segundo o próprio autor, sua filha tinha um gato chamado Smucky que, assim como a filho da personagem do livro, morreu atropelado. Como o gato era de grande estima da menina a família resolveu fazer um funeral e enterrar o bichano em um cemitério de animais. A partir dessa situação tão “corriqueira” Stephen começou a se perguntar “E se Smucky voltasse?” juntando esse pensamento ao da possibilidade da morte dos entes queridos nasceu o livro que segundo o próprio autor é seu livro mais assustador. E preciso concordar... com uma temática tão próxima ao medo real da humanidade, King explora nossos sentimentos de empatia com Louis e sua família e nos faz questionar o tempo todo se não faríamos as mesmas escolhas e encarar de frente a perspectiva da morte dos nossos pais, avós, filhos e amigos. Esse é um daqueles livros escritos para abalar o seu psicológico e te fazer repensar a forma que você enxerga o mundo.

Imagem relacionadaAgora o filme... Bem, a estória está muito bem adaptada tendo algumas modificações que não incomodam à princípio e conseguimos até mesmo concordar com elas, porém a mudança no final me incomodou muito e para mim tirou a essência do que o autor nos queria transmitir e a perturbação que ele queria nos deixar no final, apesar disso acredito ser uma adaptação que dever sim ser assistida e que foi cuidadosamente pensada em respeito aos fãs e ao próprio autor.  Apesar disso os atores foram primorosamente escalados e dirigidos sendo fácil para o espectador “comprar” os sofrimentos e traumas e nos simpatizarmos com seus desafios ao longo da trama.



“O solo do coração de um homem é mais empedernido, Louis – murmurou o moribundo. – Um homem planta o que pode...E cuida do que plantou”

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