Olá galera!
E
se daqui há uns 100 anos um vírus obrigasse a humanidade a matar todos os
animais? E se isso tornasse o canibalismo aceitável aos olhos da sociedade e
até mesmo incentivado pelo governo?
Sinopse: Caminhando para a extinção,
após um vírus acabar com toda a fonte de alimento animal, a espécie humana
encontrou no canibalismo uma forma de sobrevivência. Eis que surge o governo
totalitário do Mercalimento, uma empresa que controla a vida em sociedade, decidindo
quais grupos de pessoas servirão como alimento para que a sociedade continue
viva. Neste contexto distópico, Amanda descobre que está grávida, porém, sem a
permissão do governo, sua sentença será servi-los numa fazenda de leite até se
tornar infértil.
Disposto a impedir que sua esposa e o
futuro filho morram, Matheus segue com sua jornada em busca da Província dos
Ursos de Vento, o último lugar do mundo longe da força opressora do
Mercalimento. Nesta aventura retro futurista, o casal precisará unir forças,
conhecer os amigos e, sobretudo, os inimigos, para conseguir atingir seus
objetivos.
Autor: José Beffa
Editora: Luva Editora
Páginas: 272
Imagine
que em um futuro não muito distante a humanidade tenha bagunçado tanto o meio
ambiente que surgiu um vírus que afeta todos os animais, e é transmitido aos
seres humanos através do consumo da carne ou até mesmo contato com os animais infectados
(isso te lembra alguma coisa? Doença da vaca louca, gripe suína talvez?). Agora
imagina que a solução encontrada pelo governo é exterminar todos os animais, de
animais de estimação até animais marítimos e selvagens. Agora você me pergunta:
Do que nós vamos nos alimentar?! A resposta do governo é: De carne humana! No
começo você acha um absurdo, mas a fome aperta e a propaganda do governo para o
consumo de carne através da desumanização do que eles chamam de “objetos”
(pessoas que não são mais considerados seres humanos pelo governo).
No
livro de estreia do autor José Beffa com futuro muito possível (e até mesmo
provável), onde destruímos tanto o nosso meio ambiente e pensamos tão pouco no
futuro que nossas fontes de combustível se extinguiram e fomos obrigados a
regredir alguns anos no passado quando falamos de tecnologias de comunicação
por exemplo. Além disso, somos confrontados com nossa necessidade de comer
carne e como conseguimos objetificar o próximo e como perdemos fácil nossa
visão de coletividade.
“...Não sei em que mundo você vivia, mas se existe muito dinheiro no jogo tudo se torna normal. O ser humano precisa de carne. Comer carne está em nossa cultura. Passamos anos indo aos mercados para comprar as melhores peças para um churrasco entre família ou amigos.
No
mês de julho eu tive a oportunidade de dividir apartamento com uma menina
vegana e durante esse mês pude conhecer um pouco mais do pensamento é ideologia
de quem é vegano. Ela me contou sobre a crueldade do abate dos animais (algo
que eu já sabia, mas preferia fingir que não), sobre qual é a verdadeira
importância da carne vermelha no nosso organismo e como essa importância é
manipulada pela indústria alimentícia e como a nossa alimentação pode ser muito
mais colorida e cheia de sabores. Foi então que tomei uma decisão: diminuir o
meu consumo de carne e provar mais as variedades de alimentos que a terra tem
para nos oferecer. Isso quer dizer que virei vegana? Não totalmente, mas me
tornou uma pessoa mais consciente quanto aos “estragos” que eu caso no meio
ambiente. Ao ler o livro do Beffa e como ele colocou o ser humano no lugar dos
animais como fonte de carne para a nossa alimentação percebi o quanto nosso
pensamento muda quando pensamos que podemos ser nós o alimento e o quanto isso
choca.
Porém
o livro não é livre de falhas e incoerências. Achei os personagens rasos e
pouco trabalhados e em alguns momentos o autor parece ter várias ideias, mas
não conseguir passar muito bem ao leitor o que tinha imaginado, além disso as
situações acontecem em uma linha temporal estranha, em alguns momentos achamos
que se passaram meses, mas o autor alega serem apenas dias o que tornou difícil
para mim fazer uma “suspensão de realidade” satisfatória para um aproveitamento
total do livro. Agora se você acha que isso que escrevi significa que eu não
recomendo a leitura desse livro está muito enganado! Primeiro de tudo acredito
que uma leitura é diferente para cada leitor, ou seja, se para mim não foi a
melhor leitura, não quer dizer que para você será a mesma coisa! Se todos
fossemos unânimes com relação ao gosto por leitura e outras coisas o mundo
seria muito chato! Além disso, acredito que José Beffa tem um grande futuro
como escritor pela frente e essa primeira obra prova isso, ele tem ideia
revolucionárias e acredito que com o tempo aprenderá a desenvolvê-las melhor!
Agora
uma coisa que tenho que chamar atenção é para o esmero e cuidado que a Luva
Editora teve na produção do exemplar físico do livro. Simplesmente lindo! Dá só
uma olhada!
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