SINOPSE: Para descobrir a
verdade por trás do misterioso desaparecimento de sua irmã, um jovem se
infiltra no hotel onde ela trabalhava e inicia uma investigação.
Criação: Ramón
Campos,Gema R. Neira
Plataforma: Netflix
Temporadas: 3 (Série
finalizada)
“Gran
Hotel” é uma série espanhola lançada pela Bambú Producciones, em 2011, e
estrelada por Adriana Ozores, Amaia Salamanca e Yon González. A premissa do
enredo é bastante interessante e já nos primeiros episódios leva o espectador a
levantar várias teorias sobre o desaparecimento – e possível assassinato – de
Cristina Olmedo, uma das camareiras ou, como traduzido para dublagem de forma
equivocada, “donzela” (“doncella” em espanhol, “criada” em português) do luxuoso
Gran Hotel, propriedade da família Alarcón, localizado em Cantaloa, vilarejo
fictício da Espanha, no ano de 1905.
Dentre
as várias situações tipicamente latinas e, portanto, exageradas e improváveis
da história, Julio Olmedo, irmão de Cristina, consegue um trabalho como garçom
no local e começa a sua saga de descobrir o paradeiro da irmã. E para ajudá-lo
nessa empreitada, ele conta com o apoio do melhor amigo Andrés, também garçom e
filho da governanta, e de Alícia Alarcón, filha caçula da viúva Teresa, dona do
hotel. É claro que a aproximação com a jovem herdeira rende mais um leque de
problemas ao protagonista, já que, além de fingir não ter qualquer tipo amizade
dadas as diferenças de classe, Julio precisa lidar com os sentimentos amorosos que
passa a nutrir por ela.
No
entanto, o desaparecimento de Cristina não é o único mistério a ser desvendado –
ou não – durante as três temporadas. Vários assassinatos ocorrem dentro e fora
do hotel, dando a impressão de estarem sob às ordens de Teresa e de Diego Murquía,
diretor do estabelecimento e, até então, candidato a marido de Alícia.
Basicamente, o que movimenta a trama são as mortes ocasionadas por ambição,
ciúme, inveja, segredos escabrosos, dinheiro, rupturas de caráter: os males
mais antigos da humanidade.
Com
exceção de Julio, Alícia e Andrés, todos os personagens têm personalidades
muito duvidosas, que oscilam em um maniqueísmo de bem e mal muito comum nas
narrativas de língua espanhola, com cenas muito dramáticas no roteiro e amores
à primeira vista que se desfazem em um piscar de olhos. Além de Diego e de
Teresa no rol das personalidades dúbias, a série conta com Sofía Alarcón – a filha
mais velha – e seu marido, Alfredo de Vergara – se não for “um dos” é “o mais”
patético e inconstante de todos os marqueses já vistos na televisão.
O
alívio cômico vem de Javier Alarcón, o filho do meio, mulherengo e boa vida,
que passa seus dias se metendo em encrencas por causa de prostitutas e outras
mulheres aleatórias (casadas ou não) e de dinheiro que perde/deve na taverna em
jogos de aposta. Hernando, o ajudante do detetive Ayala, também é um alívio
cômico nas tentativas de desvendar os mistérios da trama. Suas tiradas nada
inteligentes provam quão nulo é o seu talento investigativo.
Mesmo
com todos os problemas visíveis, que correspondem a falhas e furos de roteiro (casos
ficam sem solução, assassinos sem punição, personagens que pareciam importantes
e que sem aviso prévio vão embora e não voltam mais), os figurinos de época são
impecáveis e a fotografia muito bonita. O elenco é muito afiado e foge das
expressões de novelão mexicano, com destaque para Adriana Ozores (a Teresa) e
Concha Velasco (a governanta Ángela). Megan Montaner (Maitê) e Pedro Alonso
(Diego Murquía) são um show a parte!
Por
outro lado, ambientada em uma época com pouca independência feminina, “Gran
Hotel” traz temáticas importantes quando centraliza o poder nas mãos de uma
mulher que, apesar de ardilosa, é forte e literalmente empoderada. Teresa Aldecoa Alarcón
não mede esforços para defender a família e seus interesses. O patriarcado e o machismo,
apesar de presentes na sociedade (e evidentes na fala de um psiquiatra que diz
que mulheres são histéricas e têm capacidades neurológicas inferiores ao homem), não
parecem impossibilitá-la de atingir seus objetivos sempre muito bem definidos e com
estratégias inteligentes e sagazes.
De forma geral, vale a pena assistir à série – claro, sem grandes expectativas para as soluções das problemáticas! – por envolver muitas reviravoltas, mistérios incompreensíveis e amores impossíveis catastróficos.
Acredite: TUDO pode acontecer no Gran Hotel!
Amei! Confesso que muitas vezes me interesso por filmes apenas pelos títulos, no entanto sua resenha super envolvente me motivou a acompanhar a série, vou começar a assistir hj mesmo, grata!
ResponderExcluirAh, que coisa boa! Seja bem-vinda por aqui. O blog está cheio de resenhas legais de filmes, livros e séries.
ExcluirQue misteriosa 😁
ResponderExcluirCheia de mistérios...😉
ExcluirResenha maravilhosa. Parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigadaaaa! É sempre um prazer escrever para vcs.
ExcluirOlá,
ResponderExcluirAdorei sua resenha, traduziu bem minha opinião sobre a série. Logo no início fiquei presa e, mesmo com todas as falhas que irritam bastante em determinados momentos, é aquela história que nos mantém ali, até o fim.
Beijo!
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